Biografía

 Com efeito, os Arte & Ofício marcaram o Rock pesado luso não só pela originalidade das suas composições mas também pelas qualidades técnicas e musicais demonstradas, fundindo Hard Rock com Jazz Rock, Prog e Funk, numa sonoridade inovadora e ousada  
Os   Arte   &   Oficio    surgem   no   Porto   em   1975,   duma   ideia   conjunta   de   António   Garcez   e   Sérgio   Castro ,   respectivamente   vocalista   e   baixista   dos   Psico   —   uma   das   mais prestigiosas   formações   Portuguesas   dos   anos   70   —   com   a   intenção   de   formar   uma   banda   de   originais.   Ambos   grupos   chegam   a   coexistir,   dados   os   compromissos contratuais   dos   Psico   que,   na   época,   tinham   já   contratos   assinados   até   à   primavera   do   ano   seguinte.   A   formação   original   dos   Arte   &   Oficio   integra,   para   além   dos   dois fundadores,   o   guitarrista   Serginho   Cordeiro    (fundador   da   Rocka   com   Sérgio   Castro   em   1973   e   ex-Módulo   1,   1953-2013),   o   organista   Juca   Rocha    (Ex-Smoog,   Ex-Psico) também   já   falecido   e   o   baterista   Álvaro   Azevedo    (ex-Pop   Five   Music   Inc.).   Esta   formação,   da   qual   quase   não   há   documentos   gráficos,   sendo   um   raro   exemplo   a   foto   junta tirada   após   um   concerto   no   Fundão   em   Abril   de   76,   ver-se-ia   acrescida   do   violinista   Leonel   Ferreira,   que   se   estreia   durante   o   1º   Festival   Rock   de   S.João   da   Madeira,   em   Maio desse   mesmo   ano.   Juca   abandonaría   pouco   depois   a   banda   e,   de   novo   em   quinteto,   os   Arte   &   Oficio,   oferecem   à   cidade   do   Porto,   e   para   dezenas   de   milhares   de   pessoas, um memorável concerto a 3 de Julho de 1976, com a Càmara Municipal como cenário.                Em   Outubro   de   1976,   o   guitarrista   Fernando   Nascimento   (ex-Grupo   5,   ex-Pentágono   e   ex-Psico)   volta   a   Portugal   Continental,   deixando   definitivamente   o   Funchal,   para unir-se   aos   Arte   &   Oficio,   voltando   a   banda   a   funcionar   em   sexteto   até   finais   do   ano,   quando   o   violinista   Leonel    é   "convidado"   a   sair.   De   novo   em   quinteto   a   formação enceta aqui um novo caminho que se desvia gradualmente do rock mais sinfónico na direcção do rock progressivo, com umas pintas de Jazz-Rock. “Com   efeito,   os   Arte   &   Ofício   marcaram   o   Rock   pesado   luso   não   só   pela   originalidade   das   suas   composições   mas   também   pelas   qualidades   técnicas e   musicais   demonstradas,   fundindo   Hard   Rock   com   Jazz   Rock,   Prog   e   Funk,   numa   sonoridade   inovadora   e   ousada.   Os   temas,   originais,   eram cantados em inglês” 1                   Esta   seria,   provavelmente   a   formação   mais   carismática   da   banda,   que   se   manteria   assim   até   1979.   Meses   depois   da   entrada   de Nascimento   a   banda   entra   finalmente   nos   estúdios   Polysom,   em   Lisboa,   para   gravar   os   quatro   temas   que   constituiriam   os   dois   primeiros singles   que   seriam   postos   à   venda,   respectivamente   antes   e   depois   do   Verão   de   1977.   "Festival"   e   "Let   Yourself   Be" ,   o   primeiro   single, apresenta   no   lado   A   as   indesmentíveis   influências   Hard-Rock   que   Sérgio   Castro   e   Sérgio   Cordeiro   arrastavam   desde   os   Rocka,   enquanto   o lado   B   representava   a   que   tinha   sido   a   verdadeira   essência   dos   A&O   na   sua   primeira   fase.   Com   o   segundo   disco   a   banda   deixava   bem   claro   o caminho   que   queria   percorrer   nos   anos   seguintes.   Da   melodia   de   "The   Little   Story   Of   Little   Jimmy",   onde   Garcez   mostra   as   verdadeiras potencialidades   da   sua   voz   até   ao   Funk   de   "Quibble"   onde   o   trabalho   dos   dois   guitarristas   já   salta   para   outros   universos   musicais,   fica demonstrado que os Arte & Oficio são um grupo em permanente evolução, apenas preocupados com o lado criativo. "Este   grupo   de   veteranos,   todos   com   larga   experiência   na   música   pop   portuguesa   pretende   fazer   dos   Arte   &   Ofício   um   grupo   profissional   .   O   seu   som   caracteriza-se   por   uma mistura   de   Hard   Rock   com   Jazz   Rock ,   na   linha   de   uns   Gentle   Giant,   mas   com   estéticas   originais.   O   seu   primeiro   trabalho   é   um   single   com   "Festival"   e   "Let   Yourself   Be",   a   que   se seguirá   outro   single   com   "The   Little   Story   Of   Little   Jimmy"   e   "Quibble" .   Nestes   dois   trabalhos   é   notório   o   profissionalismo   da   banda   e,   sobretudo,   descobre-se   um   verdadeiro performer   em   Garcez.   No   ano   do   lançamento   dos   singles   fazem   a   primeira   parte   dos   alemães   Can,   no   Pavilhão   dos   Desportos   de   Lisboa   e   conseguem   ofuscar   a   famosa   banda teutónica. A revista "Música & Som" titulará mesmo "Arte & Ofício-O êxito dos Can". 2 Com   o   concerto   do   Pavilhão   dos   Desportos   de   Lisboa,   os   A&O   deixaram   bem   claro   que   o   facto   de   serem   uma   banda   portuguesa   não   era   obstáculo   para   poderem impor-se   num   concerto   ao   lado   de   uma   banda   de   renome   internacional   e   com   o   estatuto   dos   Can.   Repetiriam   com   os   Stranglers   desta   vez   em   Cascais   em   1979   e,   já   em   80 com Joe Jackson e a sua banda em 3 cidades Europeias. Já   em   1978,   os   Stranglers   tinham   vindo   ao   Dramático   de   Cascais   para   um   concerto/festival   em   que   as   outras   duas   bandas   eram   os   999 e   os   Arte   &   Oficio   mas,   por   razões   técnicas,   o   espectáculo   foi   cancelado,   quando   todo   o   equipamento   estava   já   montado   e   pronto   para   ser ligado.   Ninguém   conseguira   localizar   o   quadro   eléctrico   de   100A   por   fase   que   havia   junto   aos   balneários,   por   baixo   do   recinto,   o   que   levou   o manager dos Stranglers a denunciar o contrato por incumprimento. O concerto foi cancelado e acabou em tumulto . 1978   começou   para   os   Arte   &   Oficio   da   forma   mais   peculiar:   um   concerto   ao   ar   livre   durante   a   manhã   do   dia   6   de   Janeiro.   Realizou-se na   Quinta   da   Conceição,   em   Leça   da   Palmeira   e   destinava-se   à   gravação   de   um   programa   da   RTP   1   (não   havia   outra)   “Música   para   o   Almoço”. A   Quinta   foi   pequena   para   os   milhares   de   alunos   (e   professores)   dos   estabelecimentos   de   ensino   matosinhenses   que   escaparam   às   aulas para   ver   e   ouvir   a   banda   às   11   horas   da   manhã(¿!?)   Durante   esse   mesmo   ano   e   justamente   antes   de   uma   digressão   por   terras   do   litoral, nomeadamente   pela   região   do   Algarve,   onde   na   época   as   bandas   mais   importantes   chegavam   com   dificuldade,   os   Arte   &   Oficio   entraram   de novo   na   Polysom,   para   gravar   o   seu   terceiro   disco.   A   digressão   pelo   Algarve   ficaria   tristemente   assinalada   pelo   acidente   que   Serginho Cordeiro protagonizaría com a sua Gibson SG Custom, justamente antes do 1º concerto em Messines. “Come   Hear   the   Band” ,   que   deu   título   ao   primeiro   vinil   de   12”   a   45rpm   gravado   em   Portugal ,   de   novo   para   a   etiqueta   Orfeu   da   Arnaldo   Trindade,   foi   Hit-Pick   do Bilboard,   quando   em   Novembro   atingiu   o   primeiro   lugar   do   top   de   vendas    superando   Amália   e   outros   grandes   artistas   Portugueses.   Algumas   emissoras   Americanas divulgaram   o   Maxi,   que   no   lado   B   propunha   uma   das   mais   arrojadas   composições   do   colectivo,   "O   Cargarejo   da   Galinha",   na   qual   tomava   especial   protagonismo   o   multi- instrumentista   Rui   Cardoso    (ex-Sindicato   e   músico   de   estúdio   de   grande   qualidade   e   prestígio)   em   saxofone   soprano.   Neste   disco   colabora   ainda   José   Carlos   Almeida ,   um teclista que tinha militado nos Tempo e era agora membro de uns renovados Psico e a cantora Dulce.                            “Neste   ano   sai   o   máxi-single   "Come   Hear   The   Band"   e   "O   Cacarejo   da   Galinha" ,   onde   a   banda   revela   todas   as   suas   potencialidades.   O   tema   com   o   título   em   português   é totalmente experimental e o tema-título é um vigoroso Rock, ao qual os portugueses não estavam habituados, vindo de bandas portuguesas.” 3 Ainda   antes   do   fim   do   ano,   os   Arte   &   Oficio   realizam   dois   concertos   no   Funchal,   sendo   o   primeiro   a   9   de   Dezembro   como   cabeças   de   cartaz   do   primeiro   Festival   Rock da   Madeira,   realizado   num   pavilhão   gimnodesportivo   da   capital   do   Arquipélago   e   o   segundo,   no   dia   seguinte,   no   Teatro   Municipal   Baltazar   Dias,   para   as   autoridades   locais e   convidados.   Na   época,   o   Arquipélago   não   estava   preparado   com   as   estruturas   adequadas   para   tais   eventos   e   os   equipamentos   de   som   e   luz   tiveram   que   ser   divididos   por 3   aviões,   o   primeiro   dos   quais   levava   todas   as   bandas   do   continente   e   respectivas   comitivas.   Pegaso,   uma   banda   residente   no   Funchal,   da   qual   fazia   parte   André   Sarbib ,   foi a encarregada de abrir o festival.                               Logo   no   início   de   1979   e   respondendo   ao   êxito   conseguido   com   o   Maxi   do   ano   anterior   os   Arte   &   Oficio   iniciam,   ainda   e   uma   vez   mais   nos   Estúdios   Polysom,   as sessões   de   gravação   do   que   seria   o   seu   primeiro   álbum.   Faces ,   intitulado   ostensivamente   com   base   na   distribuição   dos   temas   que   compõem   o   álbum   pelos   lados   (faces)   X e   Y,   ao   contrário   dos   mais   comúns   lados   A   e   B   ou   lados   1   e   2,   deixando   bem   claro   que   a   banda   não   tinha   intenção   de   abandonar   o   sua   veia   mais   progressiva   e   rock   mas, bem   pelo   contrário,   leva-la   a   uma   coexistência   pacífica   com   os   novos   vôos   mais   jazísticos.   Para   estas   novas   fórmulas,   sem   dúvida   que   foi   fundamental   a   integração   de António   Pinho   Vargas ,   um   exímio   pianista   e   excelente   compositor,   que   já   se   tinha   encontrado   com   Sérgio   Castro   em   formações   anteriores   de   pouca   repercussão,   e   que começa   por   ser   convidado   a   participar   no   álbum,   para   assumir-se   como   membro   da   banda   antes   de   terminadas   as   misturas.   Coincidindo   com   esta   modificação   na estrutura   dos   Arte   &   Oficio,   e   talvez   por   discordar   dela,   Serginho   Cordeiro   decide   abandonar   o   grupo   ainda   antes   de   finalizadas   as   gravações   de   Faces.   Na   realidade   a   sua aportação   à   face   Y   é   já   escassa,   limitando-se   apenas   a   uns   apontamentos   no   tema   “Endless   Way”.   Para   além   da   colaboração   de   Pinho   Vargas,   o   álbum   conta   ainda   com duas   outras   colaborações   que   repetem:   Rui   Cardoso   em   saxo   soprano   e   clarinte   baixo   e   Dulce   nas   vozes.   Faces   é   hoje   um   dos   discos   mais   raros   e   procurados   pelos coleccionadores, tendo chegado a alcançar valores superiroes a $1,000.00 no mercado de segunda mão.                               “A   inspiração   nos   estilos   do   rock   em   voga   (blues-rock,   hard-rock,   jazz-rock,   funk,   e.o.)   a   predominância   das   guitarras   eléctricas,   a   utilização   de   processadores   de   som,   de   ritmos irregulares   e   contrastantes   e   de   dissonâncias   distanciaram   o   repertório   do   grupo   da   canção   pop-rock,   contribuindo   para   a   sua   conotação   com   os   estilos   do   rock   progressivo.   ...   A integração   de   vários   estilos   do   rock   no   repertório   ficou   patente   em   Faces   (1979),   álbum   em   que   colaboram   Rui   Cardoso   (saxofone)   e   António   Pinho   Vargas   (instrumentos   de   tecla), que integrou o grupo até 1982.” 4                            Em   Junho   e   Julho   de   1979,   com   o   patrocínio   de   uma   marca   Espanhola   de   jeans,   a   produtora   Concerto   (de   Ivan   Hancock   e   Carlos Gomes)   levaria   os   Arte   &   Oficio   por   toda   a   geografia   continental   Portuguesa   durante   um   mês   de   concertos   praticamente   consecutivos.   A Lois Rock Tour foi a primeira verdadeira digressão alguma vez feita por um grupo de Rock em Portugal. “O   grupo   inicia   uma   tournée   nacional   ...   que   chega   à   Guarda   no   dia   7   de   Julho   de   1979.   O   velhinho   Cine-Teatro   da   Guarda,   com   lotação esgotada, aplaudiu o grupo de Sérgio Castro. Garcez confirma-se como um verdadeiro "animal de palco" e o som da banda está cada vez melhor.” 5 Cerca   do   final   da   digressão,   um   desafortunado   incidente,   causado   por   um   falta   de   comunicção   entre   o   promotor   local   e   a   Concerto, levou   à   antecipação   forçada   do   concerto   de   Portimão,   inicialmente   agendado   para   aquele   Domingo   à   noite.   O   novo   horário   coincidia   com   o   previamente   indicado   para   o sound-check   e   a   ausência   do   baterista   Álvaro   Azevedo,   ao   início   do   espectáculo,   gerou   uma   acesa   discussão   entre   vários   membros   da   banda   que   defendiam,   uns,   que   o concerto   devia   suspender-se   responsabilizando   a   organização   e   outros,   que   o   concerto   devia   realizar-se.   Com   uma   afluência   reduzida,   fruto   da   impossibilidade   da   época em   convocar   multidões   num   curto   espaço   de   tempo,   o   concerto   foi   frio,   o   que   só   contribuiu   para   ensombrecer   ainda   mais   o   ambiente   no   seio   do   grupo.   O   resultado   mais ou menos imediato deste incidente foi a decisão de António Garcez de abandonar os Arte & Ofício, logo a seguir ao último espectáculo da digressão. “Após   uma   digressão   por   todo   o   país   (Jun   e   Jul   1979)   S.   Cordeiro   e   A.   Garcez   deixaram   de   colaborar   com   o   grupo,   tendo   S.   Castro   assumido   a   voz   principal.   Com   a   integração de André Sarbib (órgão), em 1980, e a consecuente dedicação de Pinho Vargas ao piano Fender Rhodes, o grupo reorientou as novas composições para os estilos do jazz-rock.” 6 Terminada   a   digressão   havia   que   assumir   a   nova   realidade   da   banda   e   tentar   recompor   a   formação.   Vários   baixistas   foram   alvo   de   audição,   destacando-se   de   entre eles   Carlos   Araújo ,   um   jovem   músico   multi-instrumentista,   já   com   extenso   curriculum   (ex-Abralas)   e   que   viria   a   ser   pedra   fundamental   dos   Trabalhadores   do   Comércio   a partir de 1981. Carlos chegou ainda a realizar um único concerto com os Arte & Oficio, em Setembro desse mesmo ano. Com   a   volta   dos   Stranglers   a   Portugal,   os   Arte   &   Oficio   seriam   de   novo   convidados   por   Ricardo   Casimiro   para   abrir   o   concerto   do   Dramático   de   Cascais   a   28   de Setembro.   Dois   dias   antes   na   Tapada   da   Ajuda   em   Lisboa,   gravavam   um   dos   concertos   para   a   série   de   programas   “Soltem   o   Rock   Mas   Guardem-no   Bem”   do   realizador   José Nuno   Martins   para   a   RTP.   O   espectáculo   gravado   no   anfiteatro   do   Instituto   Superior   de   Agronomia,   seria   o   primeiro   a   utlizar   a   “nova”   tecnologia   de   raios   laser.   Tal   série   que incluía   artistas   como   Rão   Kyao   ,   Ananga   Ranga,   Tantra   ou   Go   Graal   Blues   Band   ,   que   seria   emitido   ainda   a   preto   e   branco   a   11   de   Novembro,   chegaria   a   ser   vendida   para vários paises, que não apenas lusófonos. Ainda   assim   os   Arte   &   Oficio   haviam   de   manter-se   em   quarteto   até   aos   primeiros   meses   de   1980,   quando   André   Sarbib   (ex-Grupo   5,   ex-Pentágono   e   ex-Albatroz)   se veio   juntar   ao   grupo,   vindo   do   Funchal,   tal   como   Fernando   Nascimento   uns   anos   antes.   Coincidindo   com   a   entrada   de   Sarbib,   sai   à   venda   o 5º   disco   do   grupo,   um   single   de   título   genérico   “Marijuana”    em   que   Castro   e   Azevedo   defendem   abertamente   o   seu   apoio   à   legalização   da canabis e, por conseguinte à LCC do Reino Unido con a qual mantinham contacto. É   este   quinteto   que   é   convidado   por   John   Telfer   da   Basement   Music   para   acompanhar   a   banda   de   Joe   Jackson   nos   concertos   em   5 cidades    do    sul    da    Europa.    Barcelona,    Cascais,    Madrid,    Toulouse    e    Milão.    Finalmente    e    por    questões    de    carácter    económico,    só    se concretizariam as três primeiras actuações. Joe Jackson , ele mesmo um excelente pianista, ficaria gratamente surpreendido com o nível artístico de Pinho Vargas e de Sarbib. “Num   período   de   considerável   popularidade,   destacaram-se   as   actuações   na   primeira   parte   dos   espectáculos   de   Joe   Jackson   (Espanha,   1980), bem como as referências aos fonogramas Faces e Danza (1982) nos periódicos Melody Maker e Billboard.” 7 Em   Fevereiro   de   1981,   André   Sarbib   abandona   os   Arte   &   Oficio   e   a   banda,   de   novo   em   quarteto,   começa   a   acusar   a   erosão   provocada pelo   “alter-ego”   musical   de   Sérgio   Castro   e   Álvaro   Azevedo.   O   enorme   sucesso   comercial   dos   Trabalhadores   do   Comércio    ocupa   muito   tempo   a   estes   dois   músicos,   em concertos   consecutivos   que   têm   que   interromper   quando   entram   nos   Angel   Studios,   em   Lisboa,   para   preparar   o   que   seria   Danza ,   uma   co-produção   de   Sérgio   Castro   e Antonio   Pinho   Vargas,   para   a   Polygram.   Com   a   colaboração   de   luxo   da   voz   dos   brasileiros   Cana   Caiana ,   a   já   falecida   Diana   Pereira ,   os   Arte   &   Oficio   voltam   a   reinventar-se, explorando temas como “Radio”, “Danza” , ou o minimalismo electrónico em “On An Ankle” , baseado num poema original em Inglês de Fernando Pessoa.                            O   álbum   sairía   nos   primeiros   dias   de   1982,   coincidindo   com   a   partida   de   Pinho   Vargas   para   a   banda   de   Rui   Veloso.   Imediatamente   substituído   por   Jorge   Filipe   Santos, um   jovem   mas   experimentado   teclista,   que   com   o   recurso   a   uma   parafranália   de   teclados   polifónicos   de   última   tecnologia   aportou   à   banda   uma   nova   cor   e   arranjos sofisticados.   Ao   mesmo   tempo   recrutam   a   cantora   lisboeta   Kristiana   Kopke    (ex-Sarabanda),   à   qual   se   junta   Benedita   Veloso    e   em   sexteto   iniciam   uma   segunda   digressão por   Portugal   de   mais   de   23   concertos   que   os   levaria   até   Espanha,   para   um   concerto   oferecido   à   cidade   pelo   Ayuntamiento   de   Vigo   no   belíssimo   anfiteatro   do   Parque   de Castrelos. Mais de 15.000 pessoas acorreram ao evento . Durante esta tournée Kristiana Kopke foi substituída por Ana Freire . Os   resultados   financeiros   da   digressão,   e   apesar   do   patrocínio   recebido   de   um   fabricante   português   de   jeans,   foram   inesperadamente   baixos,   o   que   começou   a   gerar grandes   dificuldades   para   manter   o   grupo   activo.   Tudo   isto   associado   ao   crescente   interesse   do   público   mais   jovem   pela   música   cantada   em   Portugês,   acelerou   a decadência   dos   Arte   &   Oficio.   Suceder-se-íam   concertos   cada   vez   a   menor   ritmo   até   que   a   14   de   Maio   de   1983   a   formação   tocou,   pela   última   vez,   em   Vagos,   perto   de Aveiro. Os   Arte   &   Oficio   voltaram   a   reunir-se   numa   formação   que   incluía   Sérgio   Castro,   Fernando   Nascimento,   Jorge   Filipe,   o   baterista Fernando   Faria    (substituindo   no   último   momento   a   Alvaro   Azevedo),   Isabel   Ventura   e   Luisa   Carvalho .   Realizaram   um   único   concerto   na Praça   Humberto   Delgado,   para   o   qual   convidaram   Ricardo   Rodrigues    (Just   Soul   Orquestra),   Joe   Medicis    (Trabalhadores   do   Comércio)   e   o histórico da banda Serginho Cordeiro. REFERÊNCIAS 1 - Breve História do Metal Português, de Dico. 2013 2 - Aristides Duarte / Nova Guarda (8/09/1999) 3 - Irmandade Metálica 4 - Enciclopédia Da Música Em Portugal No Século XX (tomo I, pag 78, Círculo de Leitores) 5 - Aristides Duarte / Nova Guarda (8/09/1999) 6 - Enciclopédia Da Música Em Portugal No Século XX (tomo I, pag 78, Círculo de Leitores) 7 - Enciclopédia Da Música Em Portugal No Século XX (tomo I, pag 78, Círculo de Leitores)
 Num período de considerável popularidade, destacaram-se as actuações na primeira parte dos espectáculos de Joe Jackson (Espanha, 1980), bem como as referências aos fonogramas Faces e Danza (1982) nos periódicos Melody Maker e Billboard.  
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Uma   rara   foto   dos   Arte   &   Oficio do   início   de   1976,   na   Serra   da Estrela,       com       membros       da equipa técnica e familiares.
Quinta da Conceição, 6 Janeiro 1978
Tour Joe Jackson, Barcelona, 1 de Maio 1980.
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Biografía

 Com efeito, os Arte & Ofício marcaram o Rock pesado luso não só pela originalidade das suas composições mas também pelas qualidades técnicas e musicais demonstradas, fundindo Hard Rock com Jazz Rock, Prog e Funk, numa sonoridade inovadora e ousada  
Os   Arte   &   Oficio    surgem   no   Porto   em   1975,   duma   ideia conjunta       de       António       Garcez       e       Sérgio       Castro , respectivamente   vocalista   e   baixista   dos   Psico   —   uma   das mais   prestigiosas   formações   Portuguesas   dos   anos   70   com   a   intenção   de   formar   uma   banda   de   originais.   Ambos grupos     chegam     a     coexistir,     dados     os     compromissos contratuais   dos   Psico   que,   na   época,   tinham   já   contratos assinados   até   à   primavera   do   ano   seguinte.   A   formação original    dos    Arte    &    Oficio    integra,    para    além    dos    dois fundadores,   o   guitarrista   Serginho   Cordeiro    (fundador   da Rocka   com   Sérgio   Castro   em   1973   e   ex-Módulo   1,   1953- 2013),     o     organista     Juca     Rocha      (Ex-Smoog,     Ex-Psico) também   já   falecido   e   o   baterista   Álvaro   Azevedo    (ex-Pop Five    Music    Inc.).    Esta    formação,    da    qual    quase    não    documentos   gráficos,   sendo   um   raro   exemplo   a   foto   junta tirada   após   um   concerto   no   Fundão   em   Abril   de   76,   ver-se- ia   acrescida   do   violinista   Leonel   Ferreira,   que   se   estreia durante   o   1º   Festival   Rock   de   S.João   da   Madeira,   em   Maio desse    mesmo    ano.    Juca    abandonaría    pouco    depois    a banda   e,   de   novo   em   quinteto,   os   Arte   &   Oficio,   oferecem   à cidade   do   Porto,   e   para   dezenas   de   milhares   de   pessoas, um    memorável    concerto    a    3    de    Julho    de    1976,    com    a Càmara Municipal como cenário.                     Em    Outubro    de    1976,    o    guitarrista    Fernando Nascimento   (ex-Grupo   5,   ex-Pentágono   e   ex-Psico)   volta   a Portugal   Continental,   deixando   definitivamente   o   Funchal, para    unir-se    aos    Arte    &    Oficio,    voltando    a    banda    a funcionar   em   sexteto   até   finais   do   ano,   quando   o   violinista Leonel     é    "convidado"    a    sair.    De    novo    em    quinteto    a formação    enceta    aqui    um    novo    caminho    que    se    desvia gradualmente   do   rock   mais   sinfónico   na   direcção   do   rock progressivo, com umas pintas de Jazz-Rock. “Com   efeito,   os   Arte   &   Ofício marcaram     o     Rock     pesado luso   não   só   pela   originalidade das    suas    composições    mas também      pelas      qualidades técnicas            e            musicais demonstradas,            fundindo Hard     Rock     com     Jazz     Rock, Prog         e         Funk,         numa sonoridade        inovadora        e ousada.    Os    temas,    originais, eram cantados em inglês” 1                   Esta   seria,   provavelmente   a   formação   mais   carismática da   banda,   que   se   manteria   assim   até   1979.   Meses   depois da   entrada   de   Nascimento   a   banda   entra   finalmente   nos estúdios   Polysom,   em   Lisboa,   para   gravar   os   quatro   temas que    constituiriam    os    dois    primeiros    singles    que    seriam postos   à   venda,   respectivamente   antes   e   depois   do   Verão de   1977.   "Festival"   e   "Let   Yourself   Be" ,   o   primeiro   single, apresenta   no   lado   A   as   indesmentíveis   influências   Hard- Rock    que    Sérgio    Castro    e    Sérgio    Cordeiro    arrastavam desde   os   Rocka,   enquanto   o   lado   B   representava   a   que tinha   sido   a   verdadeira   essência   dos   A&O   na   sua   primeira fase.   Com   o   segundo   disco   a   banda   deixava   bem   claro   o caminho    que    queria    percorrer    nos    anos    seguintes.    Da melodia   de   "The   Little   Story   Of   Little   Jimmy",   onde   Garcez mostra   as   verdadeiras   potencialidades   da   sua   voz   até   ao Funk   de   "Quibble"   onde   o   trabalho   dos   dois   guitarristas   salta    para    outros    universos    musicais,    fica    demonstrado que    os    Arte    &    Oficio    são    um    grupo    em    permanente evolução, apenas preocupados com o lado criativo. "Este   grupo   de   veteranos,   todos   com   larga   experiência na   música   pop   portuguesa   pretende   fazer   dos   Arte   &   Ofício um   grupo   profissional   .   O   seu   som   caracteriza-se   por   uma mistura   de   Hard   Rock   com   Jazz   Rock ,   na   linha   de   uns   Gentle Giant,   mas   com   estéticas   originais.   O   seu   primeiro   trabalho   é um   single   com   "Festival"   e   "Let   Yourself   Be",   a   que   se   seguirá outro    single    com    "The    Little    Story    Of    Little    Jimmy"    e "Quibble" .   Nestes   dois   trabalhos   é   notório   o   profissionalismo da   banda   e,   sobretudo,   descobre-se   um   verdadeiro   performer em    Garcez.    No    ano    do    lançamento    dos    singles    fazem    a primeira   parte   dos   alemães   Can,   no   Pavilhão   dos   Desportos de   Lisboa   e   conseguem   ofuscar   a   famosa   banda   teutónica.   A revista   "Música   &   Som"   titulará   mesmo   "Arte   &   Ofício-O êxito dos Can". 2 Com    o    concerto    do    Pavilhão    dos    Desportos    de Lisboa,   os   A&O   deixaram   bem   claro   que   o   facto   de   serem uma   banda   portuguesa   não   era   obstáculo   para   poderem impor-se   num   concerto   ao   lado   de   uma   banda   de   renome internacional   e   com   o   estatuto   dos   Can.   Repetiriam   com   os Stranglers   desta   vez   em   Cascais   em   1979   e,   já   em   80   com Joe Jackson e a sua banda em 3 cidades Europeias. Já       em       1978,       os Stranglers    tinham    vindo    ao Dramático    de    Cascais    para um   concerto/festival   em   que as   outras   duas   bandas   eram os    999    e    os    Arte    &    Oficio mas,   por   razões   técnicas,   o espectáculo     foi     cancelado, quando               todo               o equipamento        estava        montado    e    pronto    para    ser ligado.   Ninguém   conseguira   localizar   o   quadro   eléctrico   de 100A   por   fase   que   havia   junto   aos   balneários,   por   baixo   do recinto,   o   que   levou   o   manager   dos   Stranglers   a   denunciar o   contrato   por   incumprimento.   O   concerto   foi   cancelado   e acabou em tumulto . 1978   começou   para   os   Arte   &   Oficio   da   forma   mais peculiar:   um   concerto   ao   ar   livre   durante   a   manhã   do   dia   6 de   Janeiro.   Realizou-se   na   Quinta   da   Conceição,   em   Leça da   Palmeira   e   destinava-se   à   gravação   de   um   programa   da RTP   1   (não   havia   outra)   “Música   para   o   Almoço”.   A   Quinta foi   pequena   para   os   milhares   de   alunos   (e   professores)   dos estabelecimentos       de       ensino       matosinhenses       que escaparam   às   aulas   para   ver   e   ouvir   a   banda   às   11   horas da    manhã(¿!?)    Durante    esse    mesmo    ano    e    justamente antes      de      uma      digressão      por      terras      do      litoral, nomeadamente   pela   região   do   Algarve,   onde   na   época   as bandas   mais   importantes   chegavam   com   dificuldade,   os Arte   &   Oficio   entraram   de   novo   na   Polysom,   para   gravar   o seu     terceiro     disco.     A     digressão     pelo     Algarve     ficaria tristemente      assinalada      pelo      acidente      que      Serginho Cordeiro    protagonizaría    com    a    sua    Gibson    SG    Custom, justamente antes do 1º concerto em Messines. “Come   Hear   the   Band” ,   que   deu   título   ao   primeiro vinil   de   12”   a   45rpm   gravado   em   Portugal ,   de   novo   para a    etiqueta    Orfeu    da    Arnaldo    Trindade,    foi    Hit-Pick    do Bilboard,   quando   em   Novembro   atingiu   o   primeiro   lugar do    top    de    vendas     superando    Amália    e    outros    grandes artistas     Portugueses.     Algumas     emissoras     Americanas divulgaram   o   Maxi,   que   no   lado   B   propunha   uma   das   mais arrojadas    composições    do    colectivo,    "O    Cargarejo    da Galinha",   na   qual   tomava   especial   protagonismo   o   multi- instrumentista    Rui    Cardoso     (ex-Sindicato    e    músico    de estúdio    de    grande    qualidade    e    prestígio)    em    saxofone soprano.   Neste   disco   colabora   ainda   José   Carlos   Almeida , um    teclista    que    tinha    militado    nos    Tempo    e    era    agora membro de uns renovados Psico e a cantora Dulce.                            “Neste   ano   sai   o   máxi-single   "Come   Hear   The   Band"   e "O   Cacarejo   da   Galinha" ,   onde   a   banda   revela   todas   as   suas potencialidades.     O     tema     com     o     título     em     português     é totalmente   experimental   e   o   tema-título   é   um   vigoroso   Rock, ao   qual   os   portugueses   não   estavam   habituados,   vindo   de bandas portuguesas.” 3 Ainda   antes   do   fim   do   ano,   os   Arte   &   Oficio   realizam dois    concertos    no    Funchal,    sendo    o    primeiro    a    9    de Dezembro    como    cabeças    de    cartaz    do    primeiro    Festival Rock   da   Madeira,   realizado   num   pavilhão   gimnodesportivo da   capital   do   Arquipélago   e   o   segundo,   no   dia   seguinte,   no Teatro   Municipal   Baltazar   Dias,   para   as   autoridades   locais e     convidados.     Na     época,     o     Arquipélago     não     estava preparado   com   as   estruturas   adequadas   para   tais   eventos e   os   equipamentos   de   som   e   luz   tiveram   que   ser   divididos por   3   aviões,   o   primeiro   dos   quais   levava   todas   as   bandas do   continente   e   respectivas   comitivas.   Pegaso,   uma   banda residente   no   Funchal,   da   qual   fazia   parte   André   Sarbib ,   foi a encarregada de abrir o festival.                               Logo   no   início   de   1979   e   respondendo   ao   êxito conseguido   com   o   Maxi   do   ano   anterior   os   Arte   &   Oficio iniciam,   ainda   e   uma   vez   mais   nos   Estúdios   Polysom,   as sessões   de   gravação   do   que   seria   o   seu   primeiro   álbum. Faces ,   intitulado   ostensivamente   com   base   na   distribuição dos   temas   que   compõem   o   álbum   pelos   lados   (faces)   X   e   Y, ao   contrário   dos   mais   comúns   lados   A   e   B   ou   lados   1   e   2, deixando   bem   claro   que   a   banda   não   tinha   intenção   de abandonar   o   sua   veia   mais   progressiva   e   rock   mas,   bem pelo   contrário,   leva-la   a   uma   coexistência   pacífica   com   os novos   vôos   mais   jazísticos.   Para   estas   novas   fórmulas,   sem dúvida    que    foi    fundamental    a    integração    de    António Pinho   Vargas ,   um   exímio   pianista   e   excelente   compositor, que     já     se     tinha     encontrado     com     Sérgio     Castro     em formações   anteriores   de   pouca   repercussão,   e   que   começa por   ser   convidado   a   participar   no   álbum,   para   assumir-se como   membro   da   banda   antes   de   terminadas   as   misturas. Coincidindo   com   esta   modificação   na   estrutura   dos   Arte   & Oficio,    e    talvez    por    discordar    dela,    Serginho    Cordeiro decide   abandonar   o   grupo   ainda   antes   de   finalizadas   as gravações   de   Faces.   Na   realidade   a   sua   aportação   à   face   Y é   já   escassa,   limitando-se   apenas   a   uns   apontamentos   no tema   “Endless   Way”.   Para   além   da   colaboração   de   Pinho Vargas,      o      álbum      conta      ainda      com      duas      outras colaborações   que   repetem:   Rui   Cardoso   em   saxo   soprano e   clarinte   baixo   e   Dulce   nas   vozes.   Faces   é   hoje   um   dos discos    mais    raros    e    procurados    pelos    coleccionadores, tendo   chegado   a   alcançar   valores   superiroes   a   $1,000.00 no mercado de segunda mão.                               “A   inspiração   nos   estilos   do   rock   em   voga   (blues-rock, hard-rock,   jazz-rock,   funk,   e.o.)   a   predominância   das   guitarras eléctricas,   a   utilização   de   processadores   de   som,   de   ritmos irregulares   e   contrastantes   e   de   dissonâncias   distanciaram   o repertório   do   grupo   da   canção   pop-rock,   contribuindo   para   a sua    conotação    com    os    estilos    do    rock    progressivo.    ...    A integração    de    vários    estilos    do    rock    no    repertório    ficou patente    em    Faces    (1979),    álbum    em    que    colaboram    Rui Cardoso   (saxofone)   e   António   Pinho   Vargas   (instrumentos   de tecla), que integrou o grupo até 1982.” 4                            Em   Junho   e   Julho   de 1979,    com    o    patrocínio    de uma     marca     Espanhola     de jeans,   a   produtora   Concerto (de    Ivan    Hancock    e    Carlos Gomes)    levaria    os    Arte    & Oficio   por   toda   a   geografia continental            Portuguesa durante   um   mês   de   concertos praticamente   consecutivos.   A   Lois   Rock   Tour   foi   a   primeira verdadeira   digressão   alguma   vez   feita   por   um   grupo   de Rock em Portugal. “O   grupo   inicia   uma   tournée   nacional   ...   que   chega   à Guarda   no   dia   7   de   Julho   de   1979.   O   velhinho   Cine-Teatro   da Guarda,   com   lotação   esgotada,   aplaudiu   o   grupo   de   Sérgio Castro.   Garcez   confirma-se   como   um   verdadeiro   "animal   de palco" e o som da banda está cada vez melhor.” 5 Cerca    do    final    da    digressão,    um    desafortunado incidente,   causado   por   um   falta   de   comunicção   entre   o promotor   local   e   a   Concerto,   levou   à   antecipação   forçada do    concerto    de    Portimão,    inicialmente    agendado    para aquele   Domingo   à   noite.   O   novo   horário   coincidia   com   o previamente   indicado   para   o   sound-check   e   a   ausência   do baterista   Álvaro   Azevedo,   ao   início   do   espectáculo,   gerou uma   acesa   discussão   entre   vários   membros   da   banda   que defendiam,     uns,     que     o     concerto     devia     suspender-se responsabilizando   a   organização   e   outros,   que   o   concerto devia    realizar-se.    Com    uma    afluência    reduzida,    fruto    da impossibilidade    da    época    em    convocar    multidões    num curto    espaço    de    tempo,    o    concerto    foi    frio,    o    que    contribuiu   para   ensombrecer   ainda   mais   o   ambiente   no seio   do   grupo.   O   resultado   mais   ou   menos   imediato   deste incidente   foi   a   decisão   de   António   Garcez   de   abandonar   os Arte    &    Ofício,    logo    a    seguir    ao    último    espectáculo    da digressão. “Após   uma   digressão   por   todo   o   país   (Jun   e   Jul   1979)   S. Cordeiro   e   A.   Garcez   deixaram   de   colaborar   com   o   grupo, tendo   S.   Castro   assumido   a   voz   principal.   Com   a   integração   de André   Sarbib   (órgão),   em   1980,   e   a   consecuente   dedicação   de Pinho   Vargas   ao   piano   Fender   Rhodes,   o   grupo   reorientou   as novas composições para os estilos do jazz-rock.” 6 Terminada    a    digressão    havia    que    assumir    a    nova realidade   da   banda   e   tentar   recompor   a   formação.   Vários baixistas   foram   alvo   de   audição,   destacando-se   de   entre eles       Carlos       Araújo ,       um       jovem       músico       multi- instrumentista,   já   com   extenso   curriculum   (ex-Abralas)   e que   viria   a   ser   pedra   fundamental   dos   Trabalhadores   do Comércio   a   partir   de   1981.   Carlos   chegou   ainda   a   realizar um   único   concerto   com   os   Arte   &   Oficio,   em   Setembro desse mesmo ano. Com    a    volta    dos    Stranglers    a    Portugal,    os    Arte    & Oficio   seriam   de   novo   convidados   por   Ricardo   Casimiro para   abrir   o   concerto   do   Dramático   de   Cascais   a   28   de Setembro.   Dois   dias   antes   na   Tapada   da   Ajuda   em   Lisboa, gravavam   um   dos   concertos   para   a   série   de   programas “Soltem   o   Rock   Mas   Guardem-no   Bem”   do   realizador   José Nuno    Martins    para    a    RTP.    O    espectáculo    gravado    no anfiteatro    do    Instituto    Superior    de    Agronomia,    seria    o primeiro   a   utlizar   a   “nova”   tecnologia   de   raios   laser.   Tal série   que   incluía   artistas   como   Rão   Kyao   ,   Ananga   Ranga, Tantra   ou   Go   Graal   Blues   Band   ,   que   seria   emitido   ainda   a preto   e   branco   a   11   de   Novembro,   chegaria   a   ser   vendida para vários paises, que não apenas lusófonos. Ainda   assim   os   Arte   & Oficio   haviam   de   manter-se em        quarteto        até        aos primeiros    meses    de    1980, quando    André    Sarbib    (ex- Grupo   5,   ex-Pentágono   e   ex- Albatroz)    se    veio    juntar    ao grupo,   vindo   do   Funchal,   tal como    Fernando    Nascimento uns    anos    antes.    Coincidindo com   a   entrada   de   Sarbib,   sai   à   venda   o   5º   disco   do   grupo, um   single   de   título   genérico   “Marijuana”    em   que   Castro   e Azevedo   defendem   abertamente   o   seu   apoio   à   legalização da   canabis   e,   por   conseguinte   à   LCC   do   Reino   Unido   con   a qual mantinham contacto. É   este   quinteto   que   é   convidado   por   John   Telfer   da Basement   Music   para   acompanhar   a   banda   de   Joe   Jackson nos   concertos   em   5   cidades   do   sul   da   Europa.   Barcelona, Cascais,    Madrid,    Toulouse    e    Milão.    Finalmente    e    por questões   de   carácter   económico,   só   se   concretizariam   as três primeiras actuações. Joe    Jackson ,    ele    mesmo    um    excelente    pianista, ficaria   gratamente   surpreendido   com   o   nível   artístico   de Pinho Vargas e de Sarbib. “Num       período       de       considerável       popularidade, destacaram-se      as      actuações      na      primeira      parte      dos espectáculos   de   Joe   Jackson   (Espanha,   1980),   bem   como   as referências     aos     fonogramas     Faces     e     Danza     (1982)     nos periódicos Melody Maker e Billboard.” 7 Em   Fevereiro   de   1981,   André   Sarbib   abandona   os Arte   &   Oficio   e   a   banda,   de   novo   em   quarteto,   começa   a acusar    a    erosão    provocada    pelo    “alter-ego”    musical    de Sérgio     Castro     e     Álvaro     Azevedo.     O     enorme     sucesso comercial   dos   Trabalhadores   do   Comércio    ocupa   muito tempo   a   estes   dois   músicos,   em   concertos   consecutivos que    têm    que    interromper    quando    entram    nos    Angel Studios,   em   Lisboa,   para   preparar   o   que   seria   Danza ,   uma co-produção   de   Sérgio   Castro   e   Antonio   Pinho   Vargas,   para a    Polygram.    Com    a    colaboração    de    luxo    da    voz    dos brasileiros   Cana   Caiana ,   a   já   falecida   Diana   Pereira ,   os Arte    &    Oficio    voltam    a    reinventar-se,    explorando    temas como   “Radio”,   “Danza” ,   ou   o   minimalismo   electrónico   em “On   An   Ankle” ,   baseado   num   poema   original   em   Inglês   de Fernando Pessoa.                                     O    álbum    sairía    nos    primeiros    dias    de    1982, coincidindo   com   a   partida   de   Pinho   Vargas   para   a   banda de   Rui   Veloso.   Imediatamente   substituído   por   Jorge   Filipe Santos,   um   jovem   mas   experimentado   teclista,   que   com   o recurso    a    uma    parafranália    de    teclados    polifónicos    de última    tecnologia    aportou    à    banda    uma    nova    cor    e arranjos     sofisticados.     Ao     mesmo     tempo     recrutam     a cantora   lisboeta   Kristiana   Kopke    (ex-Sarabanda),   à   qual   se junta   Benedita   Veloso    e   em   sexteto   iniciam   uma   segunda digressão   por   Portugal   de   mais   de   23   concertos   que   os levaria   até   Espanha,   para   um   concerto   oferecido   à   cidade pelo   Ayuntamiento   de   Vigo   no   belíssimo   anfiteatro   do Parque   de   Castrelos.   Mais   de   15.000   pessoas   acorreram ao    evento .    Durante    esta    tournée    Kristiana    Kopke    foi substituída por Ana Freire . Os   resultados   financeiros   da   digressão,   e   apesar   do patrocínio   recebido   de   um   fabricante   português   de   jeans, foram   inesperadamente   baixos,   o   que   começou   a   gerar grandes   dificuldades   para   manter   o   grupo   activo.   Tudo   isto associado   ao   crescente   interesse   do   público   mais   jovem pela   música   cantada   em   Portugês,   acelerou   a   decadência dos   Arte   &   Oficio.   Suceder-se-íam   concertos   cada   vez   a menor   ritmo   até   que   a   14   de   Maio   de   1983   a   formação tocou, pela última vez, em Vagos, perto de Aveiro. Os        Arte        &        Oficio voltaram     a     reunir-se     numa formação     que     incluía     Sérgio Castro,    Fernando    Nascimento,    Jorge    Filipe,    o    baterista Fernando     Faria      (substituindo     no     último     momento     a Alvaro     Azevedo),     Isabel     Ventura     e     Luisa     Carvalho . Realizaram     um     único     concerto     na     Praça     Humberto Delgado,   para   o   qual   convidaram   Ricardo   Rodrigues    (Just Soul   Orquestra),   Joe   Medicis    (Trabalhadores   do   Comércio) e o histórico da banda Serginho Cordeiro. REFERÊNCIAS 1 - Breve História do Metal Português, de Dico. 2013 2 - Aristides Duarte / Nova Guarda (8/09/1999) 3 - Irmandade Metálica 4 - Enciclopédia Da Música Em Portugal No Século XX (tomo I, pag 78, Círculo de Leitores) 5 - Aristides Duarte / Nova Guarda (8/09/1999) 6 - Enciclopédia Da Música Em Portugal No Século XX (tomo I, pag 78, Círculo de Leitores) 7 - Enciclopédia Da Música Em Portugal No Século XX (tomo I, pag 78, Círculo de Leitores)
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Uma   rara   foto   dos   Arte   &   Oficio do   início   de   1976,   na   Serra   da Estrela,       com       membros       da equipa técnica e familiares.
Quinta da Conceição, 6 Janeiro 1978
Tour Joe Jackson, Barcelona, 1 de Maio 1980.
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